24 de setembro de 2024

Mato Grosso do Sul avança na construção de Plano de Transição Energética visando tecnologias de captura de CO2

Com mais de 90% de sua matriz elétrica oriunda de fontes renováveis, Mato Grosso do Sul caminha para servir de modelo nacional na implementação de uma política sólida e abrangente de transição energética convergindo com os objetivos de mitigação das causas das mudanças climáticas estabelecidas pela ONU (Organização das Nações Unidas). Em 2023 a capacidade instalada de geração de energia no Estado foi de 7,236 milhões de quilowatts (kW), segundo a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), sendo que as usinas de energia solar responderam por 49,30% desse total, as usinas de biomassa por 37,21% e as centrais hidrelétricas por outros 5,51%. Apenas 7,98% da energia gerada no Estado no ano passado resultou de fontes não renováveis, como as termelétricas movidas a gás ou óleo diesel. Esse potencial coloca Mato Grosso do Sul numa situação estratégica para se tornar, por diversos fatores, o grande campo de implementação de tecnologias para conduzir o país à transição energética, apontou o secretário executivo de Meio Ambiente da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Artur Falcette. “Não basta só converter a matriz energética, para cumprir as metas de descarbonização precisamos avançar em tecnologias para captura e armazenamento do C02 se temos intenção de atingir os objetivos globais para a segunda metade desse século”, completou. Estudos Nesse sentido, servidores da Semadesc e membros da Câmara Técnica de Energias Renováveis do Estado participaram de um simpósio sobre o tema, na semana passada, no auditório LivingLab do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas). A explanação foi feita pela engenheira de Petróleo Nathalia Weber, professora da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa de São Paulo) e co-fundadora da CCS Brasil, associação que pesquisa a captura e armazenamento de carbono no País, além de fazer a representação institucional de empresas do setor. Weber argumenta que a transição energética de fontes poluentes e finitas para fontes renováveis e limpas é a grande meta do Planeta, entretanto se apresenta improvável diante dos custos que essa transformação demanda, o que pode elevar em até sete vezes o preço final da energia ao consumidor. Dessa forma, uma medida viável e mais prática seria descarbonizar as fontes de energia existentes com a utilização de filtros que capturem o CO2 emitido no processo de produção. O segundo passo seria armazenar esse gás, já condensado, em camadas de rochas subterrâneas localizadas a quilômetros de distância da superfície, onde ficariam permanentemente. Mato Grosso do Sul desponta com potencial enorme nesse quesito. Weber calcula que só o C02 emitido a partir da produção do Etanol soma 5 milhões de toneladas ao ano. Esse C02 pode ser capturado facilmente porque já sai puro das chaminés das usinas, não sendo necessário filtros para fazer a separação e purificação do gás, o que encareceria o processo. O setor de bioenergia tem investido na melhoria de eficiência e em novos produtos em Mato Grosso do Sul, afirma o diretor técnico da Biosul (Associação de Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul) e membro da Câmara Técnica de Energias Renováveis, Érico Paredes. “Vale observar que são tecnologias desafiadoras em relação à escala de produção, infraestrutura e custo de implementação, por exemplo. Dependem de parcerias estratégicas entre empresas, governos e instituições de pesquisa. Por isso, as políticas públicas de incentivos fiscais são fundamentais”, frisou. Metas e soluções As metas de descarbonização do ar do Planeta para as próximas décadas são ambiciosas e sem o processo de captura de carbono não serão atingidas, alerta Weber. Em 2020, a capacidade de captura de carbono do mundo era de 40 milhões de toneladas de C02. A meta para 2030 é de 1.6 bilhão de toneladas de C02 e em 2050 precisa saltar para 7,6 bilhões/ton/C02. Só com reflorestamento, redução do consumo, aumento da eficiência das usinas, substituição de fontes energéticas isso não seria possível. Artur Falcette: “processo complexo” Érico Paredes: “incentivos são fundamentais” Falcette concorda com essa premissa, entendendo que a transição energética é um processo amplo e complexo que se dará pela combinação de diferentes processos de mitigação e uso de tecnologia que, ao se somarem, permitirão o avanço da temática. Ele ainda salienta que Mato Grosso do Sul está atento às inovações no setor visando construir uma política estadual de transição energética que ofereça viabilidade econômica, eficiência operacional e segurança ao empreendedor e à população. “Estamos acompanhando a regulamentação da matéria pelo Congresso Nacional. Recentemente foi aprovado o Projeto dos Combustíveis do Futuro que traz as diretrizes para captura e armazenamento de carbono. Esse projeto deve ser sancionado no início de outubro pelo presidente da República e vai orientar a elaboração do regramento dos Estados sobre o tema”, frisou. O secretário acredita que discussões como essa conduzida por Nathalia Weber são de extrema importância para esclarecer o corpo técnico que se encarregará de elaborar a legislação estadual sobre transição energética. Por isso mesmo, devem acontecer outros encontros com especialistas nesse sentido. “Estamos convencidos de que é preciso mais do que medidas de proteção ambiental para frear as mudanças climáticas. Temos que ir além da redução das emissões e procurar capturar e dar a destinação adequada ao C02”, finalizou.

Mato Grosso do Sul avança na construção de Plano de Transição Energética visando tecnologias de captura de CO2 Read More »

Polícia Federal deflagra operação contra grupo criminoso que traficava migrantes bolivianos para fábricas clandestinas

A Polícia Federal deflagrou a Operação Libertad, com o objetivo de desarticular um grupo criminoso especializado no contrabando e tráfico de migrantes bolivianos para fábricas clandestinas de confecção em condições análogas à escravidão. Durante a operação, foram cumpridos 36 mandados de busca e apreensão e 16 medidas cautelares de proibição de deixar o Brasil, além de 26 suspensões de atividades econômicas. Os mandados estão sendo cumpridos nas cidades de São Paulo/SP, Guarulhos/SP, Ribeirão das Neves/MG, Belo Horizonte/MG e Corumbá/MS. A operação conta com o apoio do Ministério Público do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego e da Defensoria Pública da União. As investigações revelaram que o grupo criminoso aliciava migrantes bolivianos por meio de redes sociais e rádios online, promovendo o contrabando e o tráfico de pessoas para trabalho em condições degradantes e com jornadas exaustivas. Os crimes investigados incluem contrabando de migrantes, tráfico internacional de pessoas e trabalho análogo à escravidão. A operação foi batizada de “Libertad” como um símbolo da luta pela liberdade dos trabalhadores explorados, reafirmando o compromisso da Polícia Federal em combater a exploração humana e proteger os direitos fundamentais. Por fim, destaca-se o acordo histórico firmado em junho de 2024 entre os governos do Brasil e da Bolívia, para fortalecer o combate ao tráfico de pessoas, contrabando de migrantes e crimes conexos. Esse acordo reforça o compromisso mútuo de proteger migrantes vulneráveis e combater redes criminosas que exploram pessoas em situação de vulnerabilidade. Com informações: Comunicação Social da Polícia Federal em MS Contato: (67) 3303-5626/5627 E-mail: cs.srms@pf.gov.br

Polícia Federal deflagra operação contra grupo criminoso que traficava migrantes bolivianos para fábricas clandestinas Read More »

Rolar para cima