O deputado Hélio Lopes (PL-RJ) protocolou, junto à Procuradoria-Geral da República (PGR), uma notícia crime solicitando a responsabilização do presidente Luiz Inácio Lula da Silva por suposto crime de racismo. As declarações, que motivaram a denúncia, foram realizadas no último dia 21 de agosto, em Sorocaba (SP), durante a entrega de unidades odontológicas móveis. O documento destaca ainda que essa é a terceira vez que Lula faz declarações, em contexto oficial, consideradas discriminatórias, reiterando um comportamento de racismo espiritual.
Durante o evento em Sorocaba, Lula comentou sobre uma publicidade governamental que trazia a imagem de um senhor negro, idoso e sem dentes. Ao narrar a situação, ele questionou a escolha da fotografia, dizendo: “Por que você colocou essa fotografia desse senhor negro sem dente? Você acha isso bonito? Isso é fotografia para você colocar representando o Brasil no exterior? Um cara sem dente e ainda negro”, argumentou Lula.
De acordo com Hélio Lopes essa fala fere a dignidade e a representatividade do povo negro brasileiro.
“É inadmissível que um presidente da República use palavras que diminuem e estigmatizam a população negra. Esta é a terceira vez que Lula repete esse tipo de comportamento. Não podemos permitir que tais condutas, que afrontam a nossa constituição, permaneçam impunes”, destacou o parlamentar.
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No documento enviado à PGR, o parlamentar menciona três ocasiões, entre 2023 e 2025, em que Lula teria feito comentários considerados discriminatórios, solicitando que o caso fosse levado ao Supremo Tribunal Federal (STF). A controvérsia gira em torno das palavras usadas pelo presidente para descrever características físicas da pessoa negra, episódio que, na avaliação do deputado, ultrapassa os limites aceitáveis mesmo dentro do discurso político.
A iniciativa de Lopes se insere em uma série de ações de parlamentares do PL contra Lula, que recorrem ao Judiciário para questionar declarações e atitudes do presidente. Até o momento, não há definição sobre como a PGR ou o STF irão proceder, mas a denúncia acentua a tensão política, com adversários buscando apoio judicial para contestar manifestações do chefe do Executivo.