Agora: Senadores eleitos na “onda Bolsonaro” em 2018 e que romperam com ex-presidente agora enfrentam risco de naufrágio nas urnas de 2026, veja lista

Quando Jair Bolsonaro disputou a Presidência em 2018, sua popularidade arrastou consigo uma verdadeira legião de aliados ao Senado. A chamada “onda Bolsonaro” levou ao Congresso dezenas de novatos embalados pelo discurso anticorrupção, conservador e de ruptura com a velha política.

Oito anos depois, o cenário é bem diferente. Dois terços do Senado (54 cadeiras) serão renovados nas eleições de 2026, e muitos dos senadores que chegaram embalados pelo bolsonarismo hoje estão na berlinda, sem o apoio do ex-presidente e com o eleitorado conservador migrando para novos nomes alinhados à direita.

Soraya Thronicke: da tropa de choque à linha de fogo.

A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) é o caso mais acintoso. Eleita com apoio direto de Bolsonaro em 2018, ela se tornou figura recorrente nos palanques bolsonaristas e no discurso antipetista. Mas ao romper com o ex-presidente e tentar se reposicionar como “centrista”, Soraya perdeu a base que a elegeu.

Hoje, em Mato Grosso do Sul, sua reeleição é considerada improvável, e o campo bolsonarista já se articula em torno de novos nomes para a disputa.

Jorge Kajuru da base ao desgaste.

O senador Jorge Kajuru (PSB-GO), que surfou a onda conservadora em 2018, também vive momento delicado. Seu rompimento com o bolsonarismo e aproximação com a esquerda o deixaram sem base sólida em Goiás.

Major Olímpio: o símbolo de uma geração política.

O falecido senador Major Olímpio (PSL-SP) sintetiza a trajetória de muitos políticos eleitos na “onda Bolsonaro”. Foi um dos principais defensores da candidatura em 2018, mas rompeu com o Planalto e acabou isolado antes de sua morte, em 2021. Sua história ilustra o ciclo de ascensão e desgaste vivido por parte daquela geração política.

Cleitinho: o bolsonarista que tenta se desvincular.

O senador Cleitinho (Podemos-MG), eleito em 2022, embora não faça parte da leva de 2018, já dá sinais de desgaste com a base conservadora. Ao afirmar recentemente que “Bolsonaro lhe proporcionou a vaga, mas que já pagou o favor”, Cleitinho despertou críticas de eleitores e aliados do ex-presidente, que não perdoam gestos de distanciamento.

Um Senado em reconfiguraçãoEm 2026, 54 senadores terão seus mandatos colocados à prova, e boa parte deles foi eleita sob o impulso de Bolsonaro. O quadro abaixo lista todos os parlamentares que precisam renovar seus mandatos no próximo pleito:

Senadores com mandato até 2026:

Acre

• Marcio Bittar (PL)

• Sérgio Petecão (PSD)

AL – Alagoas

• Dra. Eudócia (PL)

.Renan Calheiros (MDB)

AM – Amazonas

• Eduardo Braga (MDB)• Plínio Valério (PSDB)

Amapá

• Lucas Barreto (PSD)• Randolfe Rodrigues (PT)

Bahia

• Angelo Coronel (PSD)• Jaques Wagner (PT)

Ceará• Cid Gomes (PSB)• Eduardo Girão (NOVO)

Distrito Federal• Izalci Lucas (PL)• Leila Barros (PDT)

Espírito Santo

• Fabiano Contarato (PT)• Marcos do Val (PODEMOS)

Goiás

• Jorge Kajuru (PSB)• Pedro Chaves (MDB)

Maranhão

• Eliziane Gama (PSD)• Weverton (PDT)

Minas Gerais

• Carlos Viana (PODEMOS)• Rodrigo Pacheco (PSD)

Mato Grosso do Sul

• Nelsinho Trad (PSD)• Soraya Thronicke (PODEMOS)

Mato Grosso

• Jayme Campos (UNIÃO)• José Lacerda (PSD)

Pará

• Jader Barbalho (MDB)• Zequinha Marinho (PODEMOS)

Paraíba

• Daniella Ribeiro (PP)• Veneziano Vital do Rêgo (MDB)

Pernambuco

• Fernando Dueire (MDB)• Humberto Costa (PT)

Piauí

• Ciro Nogueira (PP)• Marcelo Castro (MDB)

Paraná

• Flávio Arns (PSB)• Oriovisto Guimarães (PSDB)

Rio de Janeiro

• Carlos Portinho (PL)• Flávio Bolsonaro (PL)

Rio Grande do Norte

• Styvenson Valentim (PSDB)• Zenaide Maia (PSD)

Rondônia

• Confúcio Moura (MDB)• Marcos Rogério (PL)

Roraima

• Chico Rodrigues (PSB)• Mecias de Jesus (REPUBLICANOS)

Rio Grande do Sul

• Luis Carlos Heinze (PP)• Paulo Paim (PT)

Santa Catarina

• Esperidião Amin (PP)• Ivete da Silveira (MDB)

Sergipe

• Alessandro Vieira (MDB)• Rogério Carvalho (PT)

São Paulo

• Giordano (MDB)• Mara Gabrilli (PSD)

Tocantins

• Eduardo Gomes (PL)• Irajá (PSD)

Total: 54 senadores eleitos em 2018.

Fonte: Senado Federal, consulta atualizada em outubro de 2025.

.A eleição de 2026 promete ser um teste de fidelidade ao bolsonarismo e à direita conservadora. Muitos senadores que se beneficiaram do “efeito Bolsonaro” em 2018 agora buscam um novo discurso, mas correm o risco de ser engolidos pela mesma onda que os elegeu.No tabuleiro político que se desenha, a força de Jair Bolsonaro ainda é o fator de maior peso no campo conservador. Romper com ele pode continuar sendo, como em 2026, a sentença de fim de carreira para muitos desses senadores.

Informações Terra Brasil

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