A nova composição da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) promete ser um divisor de águas no cenário político e jurídico do país. Com a entrada do ministro Luiz Fux ao lado de André Mendonça e Nunes Marques — ambos indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro — o colegiado passa a ser visto como mais equilibrado ideologicamente, rompendo com o viés progressista que marcou decisões anteriores.
Nos próximos dias, essa formação terá seu primeiro grande teste: o julgamento do pedido de anulação da condenação de Bolsonaro. A defesa do ex-presidente alega que o processo anterior, conduzido pela Primeira Turma, foi repleto de irregularidades, com violações de garantias constitucionais e excessos processuais, sobretudo na fase de instrução.
A movimentação nos bastidores do Supremo é vista por especialistas como um “reajuste interno” da Corte após anos de domínio de uma ala ideologicamente alinhada à esquerda. A presença de Fux na Segunda Turma cria um novo ponto de equilíbrio num tribunal que vinha sendo duramente criticado por decisões parciais e politicamente direcionadas contra conservadores.
Juristas e analistas de direito constitucional afirmam que essa nova configuração pode alterar profundamente o eixo de decisões do STF, especialmente em temas como liberdade de expressão, abuso de poder e criminalização política — pautas frequentemente utilizadas para cercear vozes de direita. Diferente da Primeira Turma, conhecida por posições mais punitivas e progressistas, a Segunda tende a adotar uma postura mais garantista, respeitando princípios fundamentais e o devido processo legal.
Nos corredores do poder, a mudança é interpretada como um contrapeso necessário dentro da Suprema Corte, após anos de tensionamento institucional e denúncias de perseguição política.