Em uma das decisões mais significativas desde a Guerra do Iraque, o Reino Unido suspendeu parcialmente o compartilhamento de informações de inteligência com os Estados Unidos, após uma série de ataques a embarcações suspeitas de tráfico de drogas ordenados pelo presidente Donald Trump nas águas do Caribe e do Pacífico Oriental.

As informações da inteligência eram enviadas para ajudar no combate ao tráfico de drogas. O Reino Unido repassava os detalhes para a Força-Tarefa Interagências Conjunta Sul (em inglês, Joint Interagency Task Force South – JIATF South), um órgão dos Estados Unidos sediada em Key West, Flórida, cuja missão principal é combater o tráfico de drogas nas áreas marítima e aérea do Caribe, Golfo do México e Pacífico Leste.
Autoridades britânicas acreditam que os ataques militares dos EUA, que mataram 76 pessoas, violam o direito internacional, disseram as fontes. A pausa no fornecimento de informações de inteligência começou há mais de um mês, ainda de acordo com a CNN. O Reino Unido passou a temer que os EUA pudessem usar informações de inteligência fornecidas pelos britânicos para selecionar alvos. Trump afirmou estar em guerra contra cartéis de drogas latino-americanos.
A medida britânica, revelada por veículos como The Guardian e The Times, marca um abalo sem precedentes na “relação especial” entre Londres e Washington — um laço que, por décadas, definiu a política de segurança do Ocidente.