O presidente Lula oficializou a indicação de Jorge Messias, atual advogado-geral da União (AGU), para a vaga deixada por Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF). Mas a nomeação, longe de ser consensual, abriu uma dura batalha no Senado.
Messias possui cerca de 35 votos assegurados entre os senadores – abaixo dos 41 necessários para garantir sua eleição para o STF. A movimentação política revela uma dissidência significativa: muitos parlamentares defendem Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ex-presidente do Senado, como alternativa mais palatável para a Corte.
A pressão sobre Lula é intensa. Em encontros nos bastidores, senadores, incluindo aliados importantes, teriam alertado para o risco de rejeição de Messias. Por sua vez, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT), garante que o presidente permanece firme na escolha.
Há receios de que Messias, uma vez no STF, possa adotar posturas que desagradem setores do próprio Congresso. Alguns senadores comparam seu potencial comportamento ao de Flávio Dino, que, após sua indicação, passou a buscar maior transparência nas emendas parlamentares, irritando muitos pares.
Pesquisas internas no Senado reforçam a complexidade do quadro: se a sabatina fosse realizada hoje, segundo levantamento recente, Messias seria rejeitado já na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), antes mesmo de ir ao plenário.
A resistência não se limita à votação formal: o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil), reclamou publicamente de ter sido surpreendido pela indicação, afirmando que não foi consultado previamente.
Do lado do Planalto, aposta-se no perfil pessoal de Messias para conquistar votos. Ele é evangélico, o que pode ajudar a amenizar a oposição entre parlamentares conservadores. Além disso, Lula tem mantido conversas finais para afinar apoio e evitar um revés que seria politicamente custoso.
Em paralelo, vozes críticas alertam para o risco de fragilizar a relação entre Executivo e Legislativo, caso a indicação de Messias se mantenha e seja rejeitada. A derrota representaria um golpe simbólico para Lula, sobretudo em ano eleitoral, e reforçaria a narrativa de intransigência institucional.
Ainda assim, a relutância do Senado não parece intimidar o Palácio do Planalto: aliados asseguram que, apesar dos riscos, o nome de Messias segue como prioridade para Lula.


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