Nesta quarta-feira (12), o presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária e Abastecimento da Câmara, Evair de Melo (PP-ES), fez esforço pela aprovação de uma nota de repúdio às declarações recentes do vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom João Justino, contra o marco temporal. A fala ocorreu durante evento religioso no Santuário de Anchieta, no Espírito Santo.
“É inaceitável que um espaço religioso seja utilizado para propagar agendas políticas, especialmente em um momento dedicado à fé e à reflexão. Essa atitude fere os princípios da honestidade intelectual e do respeito mútuo, pilares fundamentais para o diálogo construtivo sobre temas tão sensíveis como a demarcação de terras indígenas”, argumenta o parlamentar.
O deputado acrescenta que defende a laicidade, o diálogo e o respeito, mas condena que a Igreja Católica tome partido sobre o marco temporal em detrimento do agronegócio. As palavras do bispo em favor do avanço das demarcações e contra o agronegócio foram: “neste tempo em que os indígenas em nosso país têm um enorme desafio que é o de garantir os direitos às suas terras, em que são ameaçados pela tese do marco temporal, faço um apelo àqueles que têm o poder de decidir”.
A defesa do bispo à expansão de terra indígenas foi feita no contexto recente em que Evair assume a Comissão de Agricultura da Câmara com forte apelo pelas bandeiras do agronegócio. Uma das brigas mais polêmicas do atual presidente é a reversão da demarcação indígena de Raposa Serra do Sol, em Roraima.