Nesta quarta-feira (24), tanques do Exército e militares armados invadiram o palácio presidencial da Bolívia após ordem do comandante geral do Exército do país, Juan José Zuñiga, que ameaçava retirar as autoridades do poder. Em uma entrevista a uma rede de TV local, Zuniga falou que “as coisas vão mudar” no país.
Os três chefes das Forças Armadas vieram expressar a nossa consternação. Haverá um novo gabinete de ministros, certamente as coisas vão mudar, mas o nosso país não pode continuar assim.
Segundo a agência de notícias Reuters, unidades do Exército foram vistas agrupadas em praças e ruas de La Paz e o presidente do país, Luis Arce, denunciou uma tentativa de golpe de Estado.
Denunciamos mobilizações irregulares de algumas unidades do Exército Boliviano. A democracia deve ser respeitada – disse o presidente no X.
O vice-presidente da Bolívia, David Choquehuanca, também emitiu um comunicado, mas falando para que a comunidade internacional se levante contra o golpe dos militares.
Denunciamos à comunidade internacional que na Bolívia está ocorrendo um golpe de Estado contra nosso governo democraticamente eleito.
APOIO INTERNACIONAL
O representante da Bolívia na Organização dos Estados Americanos (OEA), Héctor Arce, alertou a comunidade internacional sobre uma “situação de emergência” em seu país depois do posicionamento de tropas militares em frente à sede do governo.
Esta é uma situação de emergência. Não temos golpes militares na América Latina há mais de 40 anos, e peço que isso seja encarado com a devida responsabilidade e seriedade pela Organização dos Estados Americanos, cujo objetivo supremo deve ser sempre a defesa da democracia – disse o representante boliviano.