De acordo com Tórtima, na ação protocolada na quinta-feira 1°, o novo relatório da PF sobre o caso se sustenta “em parecer tendencioso feito por agente da PF acolhendo cegamente a versão de uma das partes, desprezando as imagens como um todo e as versões dos investigados”.
Ainda conforme Tórtima, é possível que o delegado nem sequer tenha assistido à integra do material. “Com a devida vênia, Sua Excelência, o delegado da PF, em inusual novo relatório (ou seja, temos um inquérito com dois relatórios), surpreendeu e extrapolou em muito os limites do trabalho investigatório, fazendo ilações, assertivas absolutamente subjetivas e decorrentes, unicamente, da sua interpretação pessoal de imagens que nem sequer possuem áudio. Inclusive, é muito provável que ele nem mesmo tenha assistido à íntegra das imagens, uma vez que estas ficaram acauteladas em cartório, ‘trancadas a sete chaves’”, disse o advogado na petição.
O caso
Em 14 de julho de 2023, Moraes, acompanhado de seu filho, retornava de uma palestra no Fórum Internacional de Direito, realizado na Universidade de Siena, quando foi alvo de ofensas proferidas por brasileiros.
Roberto Mantovani Filho estava acompanhado da mulher, Andreia Mantovani, e do genro, Alex Zanatta. Os suspeitos teriam xingado o ministro, que enviou à PF uma notícia-crime detalhando com imagens os suspeitos de hostilizá-lo.
Os 3 brasileiros desembarcaram no dia seguinte (15.jul) no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Agentes da PF estiveram no local no momento do desembarque.Os suspeitos prestaram depoimentos à Polícia Federal. Eis o que disseram:
Roberto Mantovani Filho, empresário – prestou depoimento em 18 de julho e disse que “afastou” o filho de Moraes com os braços porque sua mulher se sentiu desrespeitada pelo filho do ministro;
Andreia Mantovani, mulher de Roberto – prestou depoimento em 18 de julho e disse ter criticado a possibilidade de a família ter tido algum privilégio para acessar a sala VIP;
Alexandre Zanatta, genro de Roberto e corretor de imóveis – prestou depoimento em 16 de julho e negou as acusações. Em fevereiro, a PF havia terminado as inveas investigações sobre o caso. A conclusão anterior da corporação foi de que o empresário Roberto Mantovani Filho havia injuriado o filho de Moraes, Alexandre Barci. À época, o delegado do caso, Hiroshi de Araújo Sakaki, não indiciou nenhum dos envolvidos.