Justiça Argentina autorizou operação contra ex-presidente, para verificar se descumpre medidas protetivas para ex-esposa.
A acusação de ter agredido fisicamente a sua ex-esposa, Fabiola Yañez, levou o ex-presidente da Argentina, Alberto Fernández, a ser alvo de operação determinada pela Justiça argentina, nesta sexta-feira (9). Rival e antecessor do presidente Javier Milei, Fernández teve apreendido seu celular, nas buscas em seu apartamento.
O objetivo da operação é verificar se Fernández teria descumprido medida protetiva concedida à ex-primeira-dama Fabiola Yañez. Ela estaria sendo “assediada”, mesmo com a proibição de o ex-presidente manter contato com ela.
O meio-irmão de Fernández Pablo Galindez estava no apartamento com mais algumas outras pessoas, quando foi cumprida a primeira medida judicial do caso que tramita sob sigilo. Fernández nega ter agredido sua ex e diz que vai expor à Justiça “as provas e testemunhos que evidenciarão o que realmente aconteceu”.
Relato em diálogos
Os diálogos foram base para Yañez denunciar agressão, na terça-feira (6), durante uma videoconferência com o juiz federal Julián Ercolini.
Nas mensagens publicadas pelo Infobae, o ex-presidente pede para Yañez parar de discutir e justifica que brigavam “por causa dos outros”. E encerra a mensagem pedindo: “Por favor. Venha”.
Yañez prosseguiu: “Você está me agredindo novamente. Você está louco”. Fernández afirmara sentir-se mal com dificuldade para respirar, após a ex-mulher ter relatado que estava sendo agredida há três dias. “Por favor, pare”, apelou o ex-presidente.
Veja outros trechos:
“Isso não funciona assim, você me agride o tempo todo. É insólito. Não pode me fazer isso quando eu não te fiz nada. E tudo o que tento fazer com a mente centrada é te defender, e você me agride fisicamente. Não há explicação”, diz Yañez, em um trecho da conversa publicada pelo site argentino.
“E quando você me sacudiu pelos braços, me deixou hematomas. Isso é quando você me sacudiu”, disse a ex de Fernádez, ao enviar foto com o olho roxo, e ironizar: “Isso foi quando você me bateu sem querer.”
Suposta corrupção
O juiz federal Julián Ercolini teve acesso aos diálogos no âmbito da investigação de supostos atos de corrupção cometidos durante a gestão de Fernández, quando a ex-primeira-dama e a então secretária particular do ex-presidente, María Cantero, conversaram sobre as agressões.
Cantero teve celular periciado pela Justiça pelo suposto tráfico de influência a favor de um produtor de seguros próximo a Fernández, Héctor Martínez Sosa.
O depoimento da ex-primeira-dama deve ocorrer em breve, segundo o Infobae.