O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente americano, Joe Biden, se reunirão, hoje, para marcar a retomada de relações entre os dois países, estremecidas durante a gestão de Jair Bolsonaro.
Será, também, o encontro de dois líderes que derrotaram a extrema direita nas eleições e enfrentaram ataques golpistas ao assumir a presidência dos respectivos países.
Antes de embarcar, ontem, aos EUA, Lula, por meio das redes afirmou “querer construir relações de parceria e crescimento entre nossos países, pelo desenvolvimento da nossa região, debater ações pela paz no mundo e contra as fake news”.
Na reunião com Biden, estarão na pauta defesa da democracia, meio ambiente, guerra da Rússia contra a Ucrânia, direitos humanos, povos originários, equidade racial e relações econômicas.
Segundo o Itamaraty, a reunião, prevista para as 17h30, servirá para renovar as relações entre o Brasil e os Estados Unidos, “tendo por base a defesa das instituições democráticas, o combate ao discurso de ódio e à desinformação, a promoção dos direitos humanos e o combate à mudança do clima”.
Também serão discutidos temas de comércio e investimentos, inclusive integração das cadeias produtivas, transição energética, redução da fome e da pobreza e segurança alimentar, entre outros assuntos (leia quadro).
O Ministério das Relações Exteriores lembrou, também, que, em 2024, Brasil e EUA celebrarão 200 anos de relacionamento diplomático. Destacou, ainda, que os Estados Unidos são o segundo parceiro comercial do Brasil, registrando, em 2022, intercâmbio de cerca de US$ 88,7 bilhões, valor inédito na série histórica.
A agenda oficial de Lula prevê um encontro às 12h30 com o senador Bernie Sanders, na Blair House, onde o presidente está hospedado, seguido de uma reunião com deputados do Partido Democrata.
Já às 14h, o petista se encontrará com representantes da Federação Americana de Trabalho e Congresso de Organizações Industriais (AFL-CIO). Amanhã, ele retorna ao Brasil.
Lucas Fernandes, coordenador de análise política da BMJ Consultores Associados, destacou que o encontro entre os presidentes deve focar na defesa da democracia, mas fez ressalvas em relação às divergências entre Lula e Biden.
“Nesse novo episódio da política brasileira, não teremos um governo que vai operar de maneira tão próxima a Washington quanto na época de Bolsonaro e Trump”, afirmou. “Nessa questão de ataque à democracia, Lula e Biden convergem quando precisam se defender de ataques internos, mas divergem quando precisam pensar sobre a democracia para fora dos seus países. Lula tem uma postura muito diferente de Biden ao pensar na questão de Cuba e Venezuela, por exemplo”, apontou.
Informações Correio Braziliense