Lula declara à Trump: “Rei morto é rei posto” — e manda Bolsonaro para o limbo político

Em Kuala Lumpur, nesta segunda-feira (27), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o encontro que manteve no sábado (25) com o ex-presidente Donald Trump representa claramente uma virada diplomática: segundo Lula, Trump reconheceu que “rei morto é rei posto” — e que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) agora “é passado”.

Lula disse ter explicado a Trump “a gravidade do que ocorreu no Brasil” — em referência ao julgamento que Bolsonaro enfrenta no Supremo Tribunal Federal (STF). Afirmou que o estadunidense compreendeu o “novo patamar” das relações entre Brasil e Estados Unidos, e estaria disposto a mirar adiante, ignorando o que considera o “nada” representado por Bolsonaro.

Virada estratégica e narrativa pós-Bolsonaro

Na entrevista coletiva, Lula não poupou retórica: “Com três reuniões que ele fizer comigo, vai perceber que o Bolsonaro era nada, praticamente.” A frase foi estrategicamente colocada para simbolizar tanto o distanciamento de Bolsonaro quanto o início de uma nova fase de protagonismo diplomático para o Brasil, mediado por Lula.

Trata-se de um movimento político claro: ao colocar Bolsonaro como “passado”, o presidente sinaliza às elites internacionais — e ao establishment norte-americano — que o Brasil inicia um capítulo de mudanças. O uso da expressão “rei morto, rei posto” reforça uma ideia de transição de poder simbólica, evitando que o legado bolsonarista seja visto como contínuo ou ameaçador para os parceiros externos.

Impactos no cenário interno e externo

Do ponto de vista externo, o recado é duplo: reforça ao governo americano e a outros atores internacionais que o Brasil sob Lula deseja uma reaproximação, e que há vontade de “virar a página”. Essa fala pública — e carregada de ironia — serve também para testar a reação do setor político interno bolsonarista e mostrar que a agenda diplomática pode servir como instrumento de reafirmação de poder para Lula.

Internamente, a declaração tem potencial de repercussão significativa: ao afirmar que “Bolsonaro é passado”, Lula busca reduzir a visibilidade política de seu adversário e, ao mesmo tempo, mobilizar sua base em torno de uma narrativa de “renascimento” e limitação à influência bolsonarista. Trata-se de uma ofensiva simbólica que tem tanto função electoral quanto estratégica

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