Delegado que atuou no caso Nardoni é a ‘dor de cabeça’ do MDB na Câmara

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Quem vê o deputado delegado Palumbo (MDB-SP) no plenário ou na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, pode não se lembrar que ele era o delegado a frente do Grupo de Operações Especiais (GOE), responsável pela condução e escolta do casal Alexandre e Ana Carolina Nardoni, durante o desenrolar do caso que os sentenciou à prisão pela morte da menina Isabella.

A atuação de Palumbo ganhou o noticiário, e até rendeu participação em um documentário exibido pela Netflix, por permitir o acesso da imprensa ao pai da garota, durante as conduções feitas a locais como IML, delegacia e Tribunal de Justiça.

Eu estava pouco me lixando para o Alexandre Nardoni. Na viatura, ele deu risada. […] Naquele momento eu tive certeza de que ele não bate bem. De que ele é um psicopata”.

O atual impasse que ronda a relação do político com o MDB é que assim como ele não cumpria protocolos mediante a atuação no emblemático caso Isabella Nardoni, não pensa duas vezes antes de contrariar o partido e criticar o governo Lula.

 “Minha relação com o partido é péssima. Não é porque o partido fala para eu votar em uma coisa, que eu vou votar”.

 Palumbo acredita que, no próximo ano, será retirado da Comissão de Segurança Pública por discordar da aliança entre  MDB e Planalto. O parlamentar diz que vem sendo ameaçado com ‘recadinhos’ sobre uma possível saída do colegiado, e classifica a postura do partido como ‘desrespeitosa’.

Perguntado sobre o perfil de deputado que o MDB busca para a Comissão de Segurança Pública, o parlamentar responde: “Alguém que não seja contra o ministro da Justiça. Alguém que não aponte os problemas da Segurança Pública, alguém que não desagrade a eles. Para não desagradar o governo”.

Tema recorrente no mandato de Palumbo é a atuação necessária do Estado contra o crime organizado. Ele deu sua opinião sobre o atual empoderamento de facções criminosas.

“O PCC em São Paulo se criou no governo do PSDB, foi um governo extremamente omisso e frouxo. Quando se tem um governo frouxo, as facções crescem, não adianta, não vai ser com flores que a gente vai acabar com isso. Os governadores, de maneira geral, querem mostrar que tem polícia na rua, mas a polícia que faz a investigação [Polícia Científica] está na UTI”.

Ao Diário do Poder, o delegado afirmou que entrou para a política por incentivo do jornalista José Luiz Datena, a quem chama de amigo. Crítico da atuação do PSDB sobre a política de segurança no estado de São Paulo, Palumbo recorda de evento oficial em que se recusou a cumprimentar o ex-governador, João Dória, durante a pandemia de Covid-19, em protesto à proibição de funcionamento do comércio.

“Naquele momento, eu sabia que se não fosse para a política, sofreria retaliação daquele governo”.

 O delegado não subiu ao palanque do atual governador, mas elogia a atuação do bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) no combate ao crime organizado.

“Eu tenho que reconhecer que  o Tarcísio está fazendo um bom trabalho. Quando teve o episódio da morte daquele policial da rota Patrick Reis, ele mostrou força. Quando o crime vem com força, você tem que vir com força. Eles [criminosos] só entendem essa linguagem”.

Perguntado sobre o avanço da criminalidade durante o governo Lula, o parlamentar diz acreditar que não é interesse do governo atual contrariar criminosos “porque parte do eleitorado dele está nas penitenciárias. Aliás, quem não pode votar dos presos, são os condenados. Aqueles que estão presos, condicionalmente, podem votar.  Sem falar nas famílias”.

E completou: “Nós vimos aqui imagens durante a apuração dos votos nas últimas eleições de vários presídios comemorando. Isso não é fake News”, arrematou.

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