A vereadora Ana Portela (PL) esteve, nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira (22), na Viação Cidade Morena, para acompanhar de perto a paralisação dos motoristas do Consórcio Guaicurus, que deixou Campo Grande 1h30 sem ônibus nas ruas. Em vídeo publicado nas redes sociais, a parlamentar criticou duramente tanto o consórcio quanto o Executivo municipal pela falta de providências diante do colapso no transporte público da Capital. “É isso mesmo, gente. Você é estudante, você é trabalhador. O ônibus, hoje em Campo Grande, sai com uma hora de atraso. Eu estou aqui na Viação Cidade Morena e você é que paga caro por esse serviço de transporte público, que é o pior transporte público do Brasil”, afirmou. Segundo a vereadora, os ônibus começaram a sair das garagens apenas no início da manhã, bem mais tarde que o horário habitual. Ela alertou ainda para a possibilidade de uma nova paralisação de até 72 horas nos próximos dias, o que classificou como “totalmente inaceitável”. “Enquanto ninguém toma nenhum tipo de providência — nem o Executivo, muito menos o consórcio — quem paga a conta, quem chega atrasado, quem sofre realmente porque acorda cedo é o cidadão campo-grandense”, reforçou. Relatora da CPI do Transporte Público, Ana Portela vem mantendo uma postura crítica em relação ao serviço prestado pelo Consórcio Guaicurus, que, segundo ela, “penaliza diariamente a população com tarifas altas e má qualidade no atendimento”. Motoristas paralisam por 1h30 após Consórcio Guaicurus atrasar pagamento Campo Grande amanheceu, nesta quarta-feira (22), sem ônibus circulando nas ruas. Motoristas do Consórcio Guaicurus paralisaram as atividades nas primeiras horas da manhã em protesto contra o atraso no pagamento do adiantamento salarial. A mobilização começou por volta das 4h20 e pegou de surpresa milhares de passageiros que dependem do transporte coletivo para chegar ao trabalho. De acordo com o presidente do STTCU (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo e Urbano de Campo Grande), Demétrio Freitas, o consórcio alegou falta de recursos e não apresentou previsão para o pagamento. “Os trabalhadores estão cansados de promessas. Ninguém consegue trabalhar sem saber se vai receber no dia certo”, afirmou o sindicalista. A reportagem apurou que houve um acordo entre os trabalhadores para que todos os ônibus deixassem as garagens apenas às 6h, uma hora e meia mais tarde que o habitual. Conforme passageiros, fiscais informavam que o serviço seria retomado gradualmente a partir das 6h30. A Prefeitura de Campo Grande e o Consórcio Guaicurus foram procurados para comentar o caso, mas ainda não se manifestaram. Relatora da CPI do Transporte Público na Câmara Municipal, a vereadora Ana Portela (PL) esteve na Viação Cidade Morena para acompanhar a situação de perto. “É revoltante ver o campo-grandense ser penalizado novamente por um serviço que já é o pior do Brasil. O trabalhador acorda de madrugada e sequer tem ônibus para ir trabalhar. Vamos cobrar o Executivo e o consórcio para que assumam suas responsabilidades”, declarou a parlamentar. Enquanto isso, o atraso afetou a rotina de quem depende do transporte coletivo. A diarista Luciana Ferreira, de 39 anos, contou que precisou caminhar quase uma hora para chegar ao serviço. “Eu entro às 7h, mas o ônibus não passou. Saí de casa às 5h30 e vim a pé. Já é difícil com ônibus, imagina sem. A gente sofre enquanto eles brigam por dinheiro.” O segurança José Carlos Ribeiro, de 48 anos, também foi prejudicado. “Fiquei esperando no ponto mais de uma hora. O patrão até entende, mas se isso continuar, quem paga é a gente. Todo mês é a mesma novela com esse consórcio.” Já a atendente de farmácia Camila Andrade, de 27 anos, relatou que precisou chamar carona para não perder o expediente. “Eu gasto metade do meu salário com transporte e ainda passo por isso. É humilhante depender de um serviço que nunca funciona direito.”