O governo dos Estados Unidos confirmou, nesta terça-feira (11), a cobrança de uma tarifa de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio do país a partir desta quarta-feira (12). A medida havia sido anunciada em fevereiro. As tarifas vão atingir “todos os parceiros comerciais (dos Estados Unidos), sem distinção”, disse o porta-voz da Casa Branca, Kush Desai, em comunicado.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, confirmou ter participado de uma videoconferência com Lutnick na semana passada e disse que o Brasil está buscando um entendimento ganha-ganha com os EUA nas negociações, mas nenhum adiamento foi anunciado.
Quais os motivos das tarifas dos EUA? Como já havia acontecido na primeira gestão de Donald Trump (2017-2020), o doutrina “America First” incorporou as muitas queixas do setor produtivo americano sobre como políticas comerciais subsidiadas em vários países prejudicaram a manufatura e, por consequência, os empregos nos EUA. Desta vez, há uma busca por reciprocidade tarifária, uma vez que há mais barreiras para produtos americanos no exterior do que as existentes na entrada de produtos importados para lá.
Também faz parte dessa estratégia uma tentativa de reduzir o poder exercido pela China no comércio global. Em termos de geopolítica, Trump também quer enfraquecer os BRICs, especialmente por conta da proposta de uma moeda que substituiria do dólar nas relações comerciais entre os integrantes do bloco.