A confiança dos consumidores brasileiros atingiu seu nível mais alto em nove anos, impulsionada pela queda da inflação, melhorias no mercado de trabalho, início da redução das taxas de juros e alívio no endividamento das famílias. Diversas pesquisas que avaliam o grau de confiança dos brasileiros tanto no presente quanto no futuro corroboram esse otimismo, desempenhando um papel crucial na previsão das intenções de compra dos consumidores e no cenário econômico a curto prazo, informa o jornal O Globo.
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) registrou um aumento de dois pontos em agosto, alcançando 96,8 pontos, o patamar mais elevado desde fevereiro de 2014, quando atingiu 97 pontos. Vale ressaltar que um valor acima de 100 é considerado indicativo de otimismo.
Outro estudo, conduzido pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), revelou que a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) aumentou em 1,4% em agosto e ultrapassou a marca dos 100 pontos, atingindo o nível mais alto desde abril de 2015, quando chegou a 102,9 pontos.
“A economia atravessou nos últimos anos um período de pessimismo enraizado, com recessão, impeachment, crise econômica, pandemia, polarização política e eleições acirradas. Foi um período complexo, que bateu feio nos indicadores de confiança. Agora, os níveis de incerteza começaram a mostrar alguma acomodação, tendendo ao neutro. Não é algo exuberante, mas é um desenvolvimento positivo”, diz o diretor de pesquisa macroeconômica do Goldman Sachs para a América Latina, Alberto Ramos.
De acordo com o especialista, esses elementos podem impulsionar o consumo das famílias e conferir um maior vigor à economia no segundo semestre. Esse otimismo surge após o PIB brasileiro surpreender os analistas, registrando um crescimento de 0,9% durante o período de abril a junho, três vezes mais do que as previsões do mercado haviam apontado.