O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, encerrou sua viagem à África do Sul nesta quinta-feira (24/08), onde participou da 15ª Cúpula de chefes de Estado do BRICS. Após três dias de atividades, Lula afirmou que os resultados da reunião foram extraordinários e que a união com novos países vai permitir maior competitividade no mercado internacional.
Para Lula, essa Cúpula foi uma das mais importantes que já participou enquanto presidente, tanto pela aprovação dos novos membros, como pelas discussões sobre a criação de uma moeda comum para transações comerciais entre os países. Passam a compor o bloco: a Argentina, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã. A nova composição valerá a partir de 1º de janeiro de 2024.
“Conseguimos avanços extraordinários. E não foi de forma aleatória, por acaso. Outros países vão pedir, e nós vamos fazer da mesma forma seletiva e criteriosa, escolhendo de acordo com a importância geopolítica de cada um”, declarou Lula.
O presidente brasileiro destacou ainda que o grupo agora tem quase 37% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, pelo critério de poder de paridade de compra, que reduz os efeitos da conversão de moedas desvalorizadas em relação ao dólar.
“Quando nós começamos a discutir os BRICS, em 1995, os países do G7 detinham 44.9% do PIB por paridade de compra. Os países do BRICS só tinham, naquele momento, 16.9%. Em 2010, o G7 já tinha caído para 34.3% e os BRICS tinham subido para 26.6%. Em 2023, o G7 tem 29.9%, e os BRICS, 32.1%”, exemplificou.
Na avaliação do presidente, outro avanço importante foi a discussão em torno de uma moeda de negócio, sem precisar necessariamente mudar a moeda nacional – o Brasil continuaria com o real, a Argentina com o peso, a China com yuan, exemplificou. “Ninguém quer mudar a unidade monetária do país. O que nós queremos é criar uma moeda que faça negócios sem precisar comprar dólar. É muito importante a gente se comprometer em criar paridade nessas relações comerciais”, explicou.
Lula argumentou que essa moeda tornaria as transações comerciais entre os membros do grupo mais competitivas e disse que, como encaminhamento da Cúpula, as áreas econômicas de cada país deve elaborar sua proposta para apresentar na próxima Cúpula, prevista para 2024, na Rússia.