O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), deputado Gerson Claro (PP), durante a sessão ordinária desta quinta-feira (9), reiterou o posicionamento acerca do uso do livro “Mein Kampf” (“Minha Luta”), do nazista Adolf Hitler, pelo deputado João Henrique Catan (PL) na tribuna, na última terça-feira.
“Sobre as menções ao Poder Legislativo Estadual pela imprensa regional e nacional, bem como por mensagens nos canais de comunicação da Casa, reitero o posicionamento contrário acerca da manifestação do deputado João Henrique. O uso deste livro na tribuna foi inadequado e infeliz, uma vez que relembra um momento da história da humanidade que nos entristece e não é motivo de orgulho em qualquer Casa da Democracia do mundo”, disse o presidente.
Gerson reafirmou que a Casa de Leis irá se pautar em debates e ações que visam o desenvolvimento de Mato Grosso do Sul e não aceitará espetacularização midiática. “Vamos manter este padrão e não se pautar pela lacração da internet. Quem tiver manifestação contrária, procure as vias ordinárias. Aqui exigimos o rigor da Constituição e do Regimento Interno”, acrescentou.
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João Henrique (PL) disse que muitos veículos publicaram notícias que não correspondem com a verdade e irá procurar a Justiça. “Em um ato covarde e desrespeitoso, publicaram que exaltei Adolfo Hitler. Alguns apagaram até os links, mas vou até o fim em busca de justiça”.
Pedro Kemp (PT) afirmou que o parlamentar não fez apologia ao nazismo. “Fui muito procurado pela imprensa e esclareci que o que estava sendo divulgado não correspondia ao que aconteceu na Assembleia. Precisamos ser honestos. Se tivesse apologia, seria o primeiro a acionar a Comissão de Ética”, falou Kemp, ressalvando a infeliz comparação com o livro nazista e qualquer outra obra que incita o ódio.
Amarildo Cruz (PT) usou a tribuna para dizer que está preocupado com a banalização do mal a qualquer custo. “Não assistimos uma apologia direta ao nazismo, mas indiretamente provocou uma grande discussão. No Brasil, nos últimos quatro anos, as células de nazismo cresceram de 72 para 1.117. Isso me incomoda muito e não podemos tolerar isso. O Parlamento precisa discutir parâmetros e limites para isso não acontecer mais”.