Política

Alexandre de Moraes dá prazo de 30 dias para Jair Bolsonaro depor à Polícia Federal

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, estipulou prazo de 30 dias, contados a partir dessa quinta-feira (07), para que o presidente Jair Bolsonaro deponha quanto à suposta interferência no comando da Polícia Federal (PF), denunciada pelo ex-ministro e ex-juiz Sérgio Moro, ano passado. Em setembro do ano passado, o ministro Celso de Mello, que era relator do inquérito, decidiu que o depoimento deveria ser colhido presencialmente, negando prerrogativa processual para que Jair Bolsonaro depusesse por escrito. O presidente da República, no entanto, deixou claro, publicamente, que pretende fazê-lo pessoalmente. A Advocacia-Geral da União (AGU) informou que o presidente da República manifestou interesse em prestar depoimento sobre os fatos pessoalmente, com o pedido de poder agendar local e data para comparecimento à PF. No entanto, o despacho de Alexandre de Moraes apenas determina que a oitiva seja em até 30 dias, “mediante comparecimento pessoal e prévio ajuste de local, dia e hora”, informou o site CONJUR. No Boletim da Manhã desta sexta-feira (08) o analista político Carlos Dias lembrou o fato de que a presidência da República tem sido permissiva com as interferências indevidas de outros poderes em atos que são de sua competência, sobretudo no âmbito do inquérito da Polícia Federal. Carlos Dias sugere que antes de depor, o Presidente deveria se comunicar com a população a respeito das suspeitas levantas e esclarecer que não há crime na nomeação de cargos, função típica do Chefe do Executivo. Ademais, questiona a eficácia da carta de trégua entre os três poderes, assinada pelo Presidente no último mês. “Pegue o microfone e fale! Chame em cadeia nacional e diga o que está acontecendo com este país. Explique de uma maneira muito direta, e aí de forma respeitosa me dirijo à Vossa Excelência, que carta foi essa? Porque não é possível que uma carta como essa, quando você manda na intenção de ser um documento de mão dupla, tem que haver um arrefecimento dessas relações. Se é para tudo se modificar e voltar à institucionalidade, então muito mais o campo do judiciário e legislativo brasileiro deve ao Executivo do que o contrário. Submeter-se a essa humilhação desnecessária é colocar o povo de joelhos diante daqueles que estão escarnecendo diariamente em todos os aspectos, da liberdade de expressão, do exercício sagrado do voto, do respeito ao que as urnas declararam como vontade […] por um ato jurídico indecoroso interferindo em ato próprio e totalmente constitucional do Presidente da República quando nomeia”, concluiu o analista político.

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Prévias presidenciais do PSDB seguem com resultado imprevisível

A disputa pela indicação do candidato à Presidência da República do PSDB tomou, segundo observadores de dentro do partido, contornos indefinidos. Antes com um claro favoritismo do governador de São Paulo, João Doria, agora o jogo parece mais equilibrado, pois o nome do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, ganhou tração entre os tucanos. Tanto que, em pesquisas internas, cada um se diz vencedor das prévias de 21 de novembro — o terceiro candidato, o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio Neto, aparentemente não tem chances nessa corrida. Um fato, segundo fontes do partido, foi importante para que o gaúcho começasse a conquistar espaço: o apoio do senador Tasso Jereissati (CE), que desistiu da disputa e passou a apoiar Leite. O Governador também cresceu por passar a imagem de juventude e por ter equalizado as contas do Rio Grande do Sul. Também pesou nessa equação o fato de ter se assumido gay — algo que tira de eventuais adversários a possibilidade de usar isso no submundo das redes sociais. Doria, porém, está firme no jogo e conquistou posições importantes ao contrapor-se tenazmente ao presidente Jair Bolsonaro na pandemia da covid-19 — ao qual, aliás, teceu duras críticas — e por ter trazido para o Brasil a CoronaVac, vacina que por meses sustentou o Plano Nacional de Imunização, do Ministério da Saúde. Além disso, o desenvolvimento da Butanvac, que está sendo analisada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é outra carta que o governador paulista guarda na manga. Mas, nos últimos dias, Doria foi acusado de apadrinhar vários novos filiados no PSDB para, supostamente, contar com o voto deles na convenção — o que contraria as regras do pleito. Mas o governador não conta com isso e vem gastando sola de sapato, tanto que esteve em 14 estados em campanha: Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Pará, Amazonas, Distrito Federal, Mato Grosso, Tocantins e Minas Gerais — ideia é fechar as 27 unidades da Federação até o começo de novembro. De acordo com o senador Izalci Lucas (DF), que já declarou voto a Doria, “não é possível mudar a regra durante o jogo” — e assim os recém-filiados terem possibilidade de votar na convenção. “Acho que quem tem mais pegada, que investiu mais e vai colher mais. O secretariado dele é de nível ministerial. São Paulo vai ter crescimento de 7,5% no PIB. A gente deve um pouquinho a ele, pois, do contrário, não estaríamos vacinados. Vai chegar uma hora que vai ter que colher o que plantou e acho que tem mais chance de enfrentar o Lula”, disse, referindo-se ao ex-presidente da República.

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