Em festa da Embrapa, Lula associa tecnologia e pesquisa à luta contra a fome

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“A Embrapa significa produção de alimento. Produção de alimento significa acabar com a fome nesse país. A Embrapa é por demais importante. Ela virou a mãe máxima da tecnologia no Brasil e que serve de modelo para muitos países do mundo. Nós precisamos utilizar a Embrapa como se fosse a coisa mais extraordinária que os nossos olhos enxergam quando a gente quer falar da qualidade do Brasil”.

Com essas palavras de exaltação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, nesta quinta-feira, (25), em Brasília, da abertura das celebrações em torno dos 51 anos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) ao lado de vários ministros, pesquisadores e funcionários da empresa, entre outros convidados. O evento coroou o reconhecimento por cinco décadas de serviços prestados à agricultura e à pecuária do Brasil, que alavancaram o país à posição de referência mundial em ciência e tecnologia para o setor agropecuário. Hoje, o Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo e exporta para cerca de 200 nações.

Em seu discurso, Lula citou como exemplo da atuação da Embrapa a transformação ocorrida no Cerrado nas últimas décadas. “Quem é mais velho sabe que há 40 anos, há 50 anos, ninguém dava um tostão furado por uma terra no Cerrado. ‘Essa terra não presta, as árvores nem crescem, as árvores ficam tortas.’ Até que veio a Embrapa, com pesquisa, e transformou o Cerrado brasileiro numa coisa extraordinária de produção agrícola, fazendo com que o Brasil chegasse ao topo da produção, com pouca gente no mundo capaz de competir com o Brasil”, recordou o presidente.

“Se a Embrapa é importante, cabe a nós, do governo, dar à Embrapa o tamanho que ela merece”

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República

O presidente assumiu o compromisso de continuar a investir na empresa para que ela possa continuar a crescer e ajudar o país nos desafios que terá pela frente nos próximos anos. Lula recebeu de presente uma muda de pequi sem espinhos da presidenta da Embrapa, Silvia Massruhá.

O evento contou com a presença dos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Carlos Fávaro Agricultura e Pecuária), Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar), Ester Dweck (Gestão e Inovação em Serviços Públicos) e Márcio Macêdo (Secretaria-Geral), além da primeira-dama, Janja da Silva.

As comemorações dos 51 anos da Embrapa prosseguem até o sábado, 27 de abril, com uma extensa programação de eventos, como exposição de tecnologias, lançamentos, experiências sensoriais, palestras e mesas redondas de temas técnicos.

Desafios

Em seu discurso, Silvia Massruhá, que assumiu a presidência da Embrapa em abril do ano passado, tornando-se a primeira mulher a comandar a empresa, destacou que a presença do presidente Lula foi um gesto importante para ressaltar a forma como a Embrapa é vista hoje na esfera federal.

“Há quase 14 anos não recebíamos um presidente da República na Embrapa. Ter o senhor neste momento significa muito para o futuro da pesquisa agropecuária brasileira. Os desafios presentes e futuros do Brasil e dos brasileiros são os desafios impostos à ciência e à pesquisa agropecuária”

Silvia Massruhá, presidenta da Embrapa

A presidente da Embrapa listou alguns dos objetivos do trabalho desenvolvido pela empresa. “Derrotar a fome, garantir a segurança alimentar no nosso país e no mundo, o acesso a alimentos saudáveis e de qualidade para todos os cidadãos, a promoção da melhoria do bem-estar e de qualidade de vida, o desenvolvimento sustentável, o enfrentamento dos efeitos da mudança do clima, a redução das desigualdades no campo, fazendo com que o conhecimento e a inovação tecnológica produzidos alcance o pequeno, o médio, o grande produtor rural” destacou.

Silvia Massruhá ainda apresentou números que demostram a capacidade de retorno e celebrou a retomada dos investimentos na empresa. “Nosso balanço social de 2023 mostra um lucro social de mais de R$ 85 bilhões. Para cada R$ 1 investido na Embrapa, retornam R$ 21. Contribuímos indiretamente com mais de 66 mil empregos. Graças ao novo PAC, voltamos a ter recursos para investimento em pesquisa e infraestrutura.”

Transformação ecológica –  Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a Embrapa, fundada em 1973, é um exemplo para o país e tornou-se sinônimo de competência e admiração. “Um dos desafios do Brasil é promover a melhor e maior transformação ecológica, que é o que vai dar para o Brasil uma condição de criar empregos, de se reindustrializar, de viver dias melhores no futuro próximo. Para isso nós precisamos muito da cooperação da Embrapa, que é uma empresa que conta com 100% da confiança dos brasileiros. Acho que é a empresa pública mais apreciada e admirada do Brasil. E ela é admirada pela qualidade do serviço que presta para a nação brasileira. Cada brasileiro e brasileira sabe da importância do que vocês fazem aqui, do conhecimento que vocês produzem e da potência que o Brasil se tornou a partir do trabalho que vocês realizam”.

R$ 21 milhões

 A ministra Luciana Santos anunciou que sua pasta investirá mais de R$ 21 milhões no âmbito do Fundo Nacional do Desenvolvimento de Ciência e Tecnologia para a contratação de encomendas junto à Embrapa, em 2024 e 2025, no Programa de Segurança Alimentar para erradicação da fome e a inclusão socioprodutiva com foco para o desenvolvimento de pesquisas e soluções tecnológicas para a ampliar o acesso à água no semiárido brasileiro. “A Embrapa é um exemplo do que a nossa inteligência é capaz de fazer. Se hoje nosso país é referência em ciência e tecnologia para a agricultura e estamos entre os maiores produtores de alimentos do mundo muito se deve à Embrapa”, ressaltou a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Vocação – Ao lembrar o cenário mundial no período que se seguiu após o fim da Segunda Guerra Mundial, o ministro Carlos Fávaro afirmou que coube à Embrapa pavimentar o caminho que levaria o Brasil a encontrar sua verdadeira missão. “Nós descobrimos, há 50 anos, qual a nossa vocação: produzir alimentos de qualidade. Não é coincidência que há 50 anos nasce a Embrapa. A Embrapa faz com que o Brasil deixe de ser importador de alimentos para que nós possamos ser esse grande exportador e produtor de alimentos de qualidade. Nós temos que ter muito orgulho dessa vocação. Fortalecer a Embrapa, trazer a Embrapa de volta ao PAC, buscar investimentos em tecnologias e em parcerias e buscar com que a Embrapa se prepare para os próximos 50 anos é um legado que este governo está deixando a partir de agora”, declarou o titular da Agricultura e Pecuária.

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