Em premiação da Olimpíada de Matemática, Lula exorta estudantes a mudar o país

Facebook
Twitter
WhatsApp

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o maior sentido da Olimpíada Brasileira de Matemática (Obmep) é criar chances aos filhos das classes trabalhadoras de sonhar com grandes realizações acadêmicas e profissionais. Lula participou da cerimônia de premiação dos vencedores da 18ª edição da Obmep, nesta terça (11/7), no Rio de Janeiro.

A Obmep foi criada por Lula em 2004, durante seu primeiro mandato. Nesta, receberam medalhas 654 estudantes, de um total de 18,5 milhões de participantes de todo o país – 99,8% de todas as escolas públicas –, alunos do 6º anos do ensino fundamental ao 3º do ensino médio.

O presidente disse que durante muito tempo houve “descrença nos jovens mais pobres e na educação pública do Brasil”. “Todo mundo tem inteligência suficiente, não existe criança mais inteligente que a outra. O que faltava para os jovens brasileiros era oportunidade e investimento na educação.”


“A gente queria provar que não tem um jovem que é mais inteligente porque a família dele tem posses”, disse Lula. Depois de afirmar que a fome pode ser a maior barreira a separar estudantes bem e mal sucedidos, o presidente concluiu: “O que faltava para a juventude? Faltava [alguém] abrir a porta e dizer: ‘Entra, a casa é sua'”.

O presidente afirmou que já havia uma olimpíada escolar de matemática antes, mas ocupada quase exclusivamente por estudantes de escolas privadas. Ao ter a ideia de criar uma competição para escolas públicas, disse ter recebido opiniões desfavoráveis. “Havia desconfiança com a escola pública”, recordou.

“A elite econômica que governou este país desde que Cabral aqui pôs os pés nunca se importou com a educação, nunca levaram em consideração as universidades. Os barões tinham dinheiro para mandar seus filhos estudarem na França, nos Estados Unidos, na Inglaterra, na Alemanha. E o filho do trabalhador era predestinado a cortar cana, a viver de salário mínimo”.

O presidente afirmou que tem lutado para alterar esse quadro, com a abertura de novos campi universitários, de novos institutos federais de educação e de iniciativas como a Obmep. “Esse negócio de educação para mim é uma obsessão. Todos têm que ter oportunidade. É isso que eu quero pro povo brasileiro.”

Lula também assinou um decreto que cria o Programa Mais Ciência na Escola, voltado a estimular o letramento digital e a iniciação científica nas escolas de ensino fundamental e médio. Segundo a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, esse programa, em sua fase de implantação, já tem edital pronto para atender mil escolas, com verba de R$ 100 milhões para construção de laboratórios e desenvolvimento de iniciativas.

Lula provocou os estudantes do auditório a sonharem alto. Depois de afirmar que “não existe nada impossível para o ser humano, sobretudo na idade em que vocês estão”, o presidente propôs a participação na construção de um novo projeto, “para ajudar este país a sair da pequenez com que foi conduzido durante tantos anos”.

Como exemplo, citou Santos Dumont, que embora tenha realizado o primeiro voo autônomo de um aparelho mais pesado que o ar, acabou com o tempo perdendo a primazia de inventor para os irmãos estadunidenses Wright.


“A gente precisa acabar com o complexo de inferioridade. O Brasil pode, o Brasil tem condições. E o Brasil tem vocês.”

Fale com o Correio: O Nosso Leitor pode falar diretamente no WhatsApp do Correio Campo-Grandense através do número (67) 98174-1842. Nosso canal de comunicação serve para os leitores enviarem notícias, denuncias e falar diretamente com nossos Jornalistas.

 

Rolar para cima