Para Tereza Cristina, crédito e seguro rural são principais desafios do agro brasileiro

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A deputada federal (PP/MS) e ex-ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, Tereza Cristina, falou sobre as perspectivas do setor para os próximos anos, durante evento realizado pelo Comitê de Relações Internacionais da Sociedade Rural Brasileira (SRB), nesta segunda-feira (05). Com produção estimada em mais de 313 milhões de toneladas de grãos, um recorde, a agricultura do Brasil é referência de produtividade e sustentabilidade, segundo a parlamentar.

“Esse crescimento em mais de 40 milhões de toneladas se dá pelo aumento da produtividade e também à reincorporação de áreas que estavam degradadas, além do preço atrativo das commodities. O produtor busca investir e produzir cada vez mais. Esse é o Brasil que a gente conhece, que vai continuar produzindo com sustentabilidade, porque temos uma responsabilidade não só interna, mas com o mundo, de produzir alimentos”, explicou.

Durante sua apresentação, Tereza Cristina elencou alguns dos principais desafios do agro brasileiro nos próximos anos. “O agricultor do Brasil sabe produzir, temos tecnologias muito avançadas, mas temos um desafio na área de crédito rural. Precisamos continuar tendo crédito adequado à nossa atividade, que é uma atividade de alto risco, somos uma indústria a céu aberto. Precisamos também de previsibilidade, para que nossa produção possa continuar crescendo”, disse.

Insumos agrícolas
Tereza Cristina afirmou que o preço dos insumos, como fertilizantes e defensivos agrícolas, também é um diferencial importante na produção, já que o Brasil depende, em sua maioria, da importação desses produtos. “Não podemos deixar o Plano Nacional de Fertilizantes morrer. Não deixaremos de importar, mas precisamos diminuir essa dependência externa. Com a guerra entre Ucrânia e Rússia e sanções econômicas na Bielorrúsia, grandes produtores desses insumos, vimos a necessidade de impulsionar ainda mais nossa produção. Mas agimos no tempo certo e buscamos outras alternativas, além de outros parceiros comerciais. Não faltou insumos por aqui”, ressaltou.

À frente da Junta Interamericana de Agricultura, principal órgão de governo do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Tereza Cristina defendeu a retirada dos fertilizantes do regime de sanções econômicas. Em reunião com representantes das Nações Unidas (ONU) e dos governos dos países americanos, no início deste ano, a ex-ministra expôs a preocupação com o preço dos insumos e com uma possível crise alimentar no mundo. Em agosto, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu para suspender ‘barreiras’ às exportações russas de fertilizantes.

Mercado Internacional
Desde 2019, início da gestão do governo Jair Bolsonaro, até março de 2022, quando Tereza Cristina deixou o comando do Ministério, o Brasil abriu mais de 200 novos mercados para produtos da agropecuária brasileira. A abertura permite a diversificação de possibilidades de exportação para os nossos produtores, com o propósito de reduzir a concentração da pauta exportadora tanto em produtos, quanto em destinos. Tereza Cristina relembrou missões oficiais realizadas para buscar parcerias internacionais, como a ida ao Irã e Canadá em busca de fertilizantes.

Também participaram do evento do Comitê de Relações Internacionais da Sociedade Rural Brasileira, a presidente da instituição, Teka Vendramini, Cláudia Costa, coordenadora do Comitê, o diretor do Departamento de Energia e Agronegócio do Itamaraty, embaixador Alexandre Ghisleni, secretário de Agricultura do Estado de São Paulo, Francisco Maturro; superintendente federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de São Paulo, Andrea Moura; secretário adjunto de Comércio e Relações Exteriores do Ministério da Agricultura, Fernando Zelner; conselheiro-chefe do Escritório de Comércio e Turismo da Embaixada do Brasil na Espanha, Flávio Betarello e membros da SRB.

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