Pesquisa mostra que mais de 94% dos venezuelanos vivem na pobreza

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Uma pesquisa feita com 14 mil famílias pela Universidade Católica Andrés Bello (UCAB), publicada há alguns dias, demostrou que 94,5% dos venezuelanos são pobres, enquanto desses, 76% vivem em extrema pobreza, com renda insuficiente para cobrir suas necessidades alimentares. O país chegou a ter o maior PIB per capita da América Latina em meados de duas décadas atrás.

Um sociólogo ouvido pelos pesquisadores disse que o país socialista alcançou o teto da pobreza, enquanto a extrema pobreza continua a aumentar. Na passagem de 2019 para 2020, o índice aumentou 09 pontos porcentuais, alcançando 67,7% da população.

Chama a atenção a discrepância entre os números de pesquisas como a feita pela UCAB e os dados oficiais, apresentados pelo governo socialista ao Parlamento. De acordo com os bolivarianos, 17% da população vivia na pobreza e 4% na pobreza extrema, no ano 2020. A situação faz com que um número próximo de 5.000.000 de pessoas tenham fugido do país nos últimos sete anos, informou a Cronista.

Como em vários outros países mundo afora, a pandemia e suas formas de controle que desidratam a economia, com restrição de circulação e quarentenas, pioraram ainda mais o cenário econômico na Venezuela. O colapso da indústria petroleira, principal alvo da ditadura socialista, trouxe escassez de combustível para o país, que detém uma das maiores reservas de petróleo do mundo.

Segundo informações da revista, o problema agravou uma ‘crise de mobilidade’ que agora impacta o número de trabalhadores recrutados. Com apenas 50% da população economicamente ativa (cerca de 7,6 milhões de venezuelanos), muitos estão deixando de ir para o trabalho, pois o custo de locomoção é maior que o valor recebido como salário no fim do mês.

“Por que na Venezuela as pessoas estão saindo do trabalho? (…) Os custos para ir trabalhar começam a ser maiores do que a remuneração que você vai receber “, explicou o sociólogo.

A minoria ‘rica’ (5,5% da população está acima da linha da pobreza) são os que conseguem indexar sua renda à inflação e à desvalorização do bolívar, conclui a publicação. Na Venezuela, o dinheiro vale tão pouco que virou brinquedo nas mãos de crianças e a inflação no país poderá chegar a 1600% este ano.

Na bancada do Boletim da Manhã, da última sexta-feira (01), Carlos Dias fez uma análise da situação venezuelana, chamando a atenção para o fato de que o país socialista não chegou aonde está do dia para a noite, mas foi levado por uma série de condições conjunturais e políticas, que envolvem inclusive a Suprema Corte do país.

“É desumano o que nós temos assistido na Venezuela e também a forma que outros países tratam uma situação tão grave de condição a que o povo venezuelano está submetido. O que precisamos entender é que a reprodução de um quadro similar no país não está longe da realidade. É óbvio que existem proporções diferentes, não queremos criar um quadro fantasioso ou muito grave da nossa realidade, mas a Venezuela não chegou nesse ponto de maneira abrupta, ela foi levada por ações políticas, econômicas, por intervenções da sua Corte Suprema em atividades que não lhe diziam respeito no campo da política, criou-se o tal judiciário bolivariano”, analisou.

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