Apesar de o início da campanha eleitoral ainda estar a quatro meses de distância, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, já aposta que o período será vantajoso para o presidente Jair Bolsonaro. A razão para isso, de acordo com o chefe da pasta federal, é o aumento da exposição do PT e do ex-presidente Lula.
Quanto mais o PT fala, mais nos ajuda, mais ajuda Bolsonaro. Porque assim eles mesmos mostram quem são. Quando o vermelho for para as ruas, as pessoas vão ter vontade de sair correndo – defende.
A declaração foi dada pelo ministro em uma entrevista publicada pela revista Crusoé na última sexta-feira (1°). À publicação, o ministro falou sobre a forma de se comunicar do atual presidente da República. Para Faria, Bolsonaro é “muito sincero” e alguém que “sai do script toda hora”.
O presidente é muito sincero. As pessoas de verdade estão sendo muito criticadas. Hoje, estão preferindo aquelas pessoas que falam “by the book” [segundo as regras, na tradução para o português]. E Bolsonaro sai do script toda hora. Você não consegue colocá-lo no script. Ele foge – defendeu o ministro.
Fábio Faria também destacou como deve ser a comunicação do presidente durante a campanha eleitoral deste ano. Para ele, o trabalho deve ficar focado em lembrar para a população como os governos do PT geriam órgãos como o Banco do Brasil, a Caixa Econômica, os Correios e a Petrobras e como a atual gestão faz isso.
Comparar governo a governo e relembrar a população, porque o brasileiro tem memória curta, como foi o governo do PT. Falar como era o Banco do Brasil, como era a Caixa Econômica, como eram os Correios, como era a Petrobras. Isso vai rememorar as pessoas. A gente acredita que o presidente está num momento de crescimento – ressaltou.
Questionado sobre o que explicaria a polarização do pleito deste ano em torno dos nomes de Lula e Bolsonaro, o ministro afirmou que “os candidatos da terceira via não têm tempero” e que eles “se perderam nos próprios discursos”.
João Doria mostrou que o que falava não era real. Sergio Moro se perdeu nas próprias ações e palavras. Ciro Gomes está no campo político do Lula, o que o atrapalha muito. Ele até tentou ir para a centro-direita, mas não conseguiu, pelo seu histórico – apontou.
Ao final, ao ser questionado sobre a decisão de não ser candidato ao Senado pelo Rio Grande do Norte neste ano, o ministro afirmou que decidiu dessa forma para ficar mais perto da família e por perceber que, se fosse candidato, não conseguiria promover a instalação da rede 5G nas capitais.
Quero voltar para o setor privado, ficar mais perto da família (…). Fiz pesquisas, e meu grupo político quis que eu fosse candidato ao Senado. Chegando em dezembro de 2021, vi que, se fosse candidato, não conseguiria inaugurar o 5G nas capitais. Aí refleti e tomei minha decisão. Vamos inaugurar o 5G em julho em todas as 27 capitais – finalizou.