A CPI do MST retorna aos trabalhos nesta terça-feira (1) com reunião agendada para às 14h. Na agenda, o depoimento do ex-ministro general Gonçalves Dias, o “G.Dias”, amigo de longa data e ex-segurança do presidente Lula, vai depor sobre suposta omissão na geração de relatórios de alerta sobre invasões de terras no território nacional.
Sob a gestão de G.Dias no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o número de invasões superou, em 3 meses, o total ocorrido durante o primeiro ano de governo Bolsonaro.
A Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que antes integrava o GSI, carrega a responsabilidade de produzir documentos com informações estratégicas para prevenção das invasões ou reintegração de posse.
“A informação que nós temos é que, mesmo munido desses relatórios, o G.Dias não teria autorizado o envio para as secretaria de segurança dos estados onde as invasões ocorreram nos primeiros meses do ano- Bahia, Pernambuco, Mato Grosso do Sul e São Paulo”, afirmou o relator Ricardo Salles (PL-SP) ao Diário do Poder.
“Quem cala, consente. Se ele não falar, vai ficar implícito que o governo se omitiu em relação a essas providências de cautela”, refletiu Salles sobre o silêncio autorizado à G.Dias pelo ministro André Mendonça.
Para Salles, o imbróglio sobre o repasse dos relatórios se explica: “ou por incompetência ou desejo do governo de deixar rolar as invasões”.